domingo, 2 de agosto de 2009

Educação Popular – formando a cidadania compartilhada

Ensaio: Educação Popular – formando a cidadania compartilhada
Por *Pedro Miguel


Palavra chave: educação popular, instituição de ensino, sujeito social


Aconteceu no último sábado (01/08/2009) a continuação do curso de FORMAÇÃO DE EDUCADORES POPULARES realizado pelo (IPF) – Instituto Paulo Freire e Mestrado em Educação (UNIPLAC).


No primeiro momento foi feito análise de conjuntura, os desafios da Educação Popular nesta conjuntura atual e no segundo momento, foi realizado atividades em grupos: socialização das práticas implementada a partir dos referenciais teórico-metodológico freiriano.
O curso teve início o ano passado e neste sábado foi feito uma avaliação e reflexão das ações e projetos a partir da apreensão da Educação Popular e a construção de um poder ético:

Desde a década de vinte, mais especificamente após a semana de arte moderna e posteriormente com os manifestos da escola nova, já se falava em uma educação popular que fosse direito de todos. Mais tarde, com o governo de Juscelino Kubitschek (1956 a 1961) e de João Goulart (1961 a 1964) e o advento da industrialização no Brasil com a chegada de capital estrangeiro, a limitação da educação tornou-se um problema e passou a ser necessário instruir o povo para expandir o capital. Nesse cenário, em 1959 educadores e intelectuais lançaram um manifesto em defesa da escola pública ao entender que o desenvolvimento econômico do país se passava necessariamente pela educação, muito mais técnica, para ensinar a fazer, do que clássica para formar intelectuais.
Fonte: http://www.espacoacademico.com.br/078/78barbosa.htm acesso 02/08/2009

Este ensaio tem o propósito de dar início em nosso blog de uma discussão sobre a Educação Popular. O que é educação? Qual a formação que queremos construir? Segundo Pinto, “a educação é o processo pelo qual a sociedade forma seus membros à sua imagem e em função de seus interesses” (1993, p. 29). Que tipo de cidadão queremos construir? E vários outras perguntas que poderão ser desenvolvidas.

Uma das várias reflexões que tiro desta formação, realizada no último sábado é sobre cidadania compartilhada, citado pelo Mestrado em Educação da UNIPLAC - Geraldo Locks , que ilumina a nossa percepção aproximada; como diria Marx.
As três dimensões da cidadania compartilhada seriam; a primeira dimensão os bens materiais; a segunda, os bens políticos; e a última (3ª) dimensão os bens simbólicos. Este último identificado pelo acolhimento, que deva ser o sentido da instituição e o processo de educação. Acolher o saber, o falar, as origens, acolher o ser social em sua dimensão pessoal e subjetiva, acolher o potencializar o ser ontológico para ser autônomo e livre comprometido com a ética, esta ética comprometida com o Ethos – nossa casa – como diria Leonardo Boff. Então acolher seria cuidar e amar. São as experiências humanas, os valores fundamentais ligados á vida, ao ser cuidado, ao trabalho, ás relações cooperativas e á cultura da não-violência e da paz, que fazem surgir a ética (ou as éticas ) e podem estabelecer uma possível resposta aos problemas atuais da globalização, da pobreza e da violência. (BOFF. Ètica e Moral: A Busca De Fundamentos, 2003).

Outro reflexão que tiro do curso é na fala de Adilson Freitas e Gilson Maximo – da Associação Matakiterani - que nos relata sobre o “silêncio” – a falta da fala do sujeito/aluno em sala de aula - a dificuldade do aluno comunicar-se na “escola” e sala de aula de forma política – esta política identificada como ação, autonomia, empoderamento do sujeito social, contador de histórias que processa um outro conhecer que não seja o da escola, mais de sua vida fora da escola. Silêncio! Fiquem quietos! Em tenho de “dar a aula”. Tenho uma hipótese que a escola processa a primeira exclusão social que é a ação política de cidadania, quando apenas o professor fala – discursa – muitas vezes prolixo; segundo o Dicionário Aurélio: muito longo, que se perde em explicação. Mais um trabalhador alienado no processo de trabalho devido a; ementa escolar, grade curricular e todos os mecanismos que injeção o professor em sala de aula. O que resta para o processo de cognição extra-escolar dos alunos é, o “cochicho”, a individualidade ou o pequeno grupo, ficam também alienados do processo político na instituição de ensino.


Gostaria de finalizar este pequeno ensaio, provocando para que possamos, interagir na construção, (re)significação no processo de educação, seja na escola ou fora da instituição de ensino.


*Estudante e trabalhador da área gráfica

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